Manuel, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, não é um dos dirigentes que hoje vão a Belém. O fraco interesse dos jovens pela política é uma evidência que todos os dirigentes académicos ouvidos pelo JN reconhecem. Os níveis de abstenção para as eleições académicas são tão elevados como os das nacionais. E, tal como o chefe de Estado, estão preocupados.
Nas últimas eleições para a Associação de Estudantes (AE) do ISCTE, votaram 500 alunos dos mais de 6000. "Há pessoas que nem param no átrio", comentou, com algum desalento Pedro Ferreira, vice-presidente da AE.
O átrio da escola é o espaço das campanhas. Bernardo Nunes, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, acrescenta que tentaram "levar as RGA aos alunos - já que eles não apareciam nas reuniões". Passaram a fazê-las no átrio da faculdade, mas "não resultou as pessoas passavam, olhavam e iam embora".
Bernardo, militante da JS sem nunca ter participado em qualquer reunião, reclama uma mudança radical dos políticos "Para exigirem sacrifícios, têm de ser os primeiros a dar o exemplo. Não é isso que acontece. Deputados ou ministros mantém ordenados e reformas chorudos. Assim ninguém os ouve".
Luís Ricardo Ferreira é um dos dirigentes presentes em Belém. O presidente da Associação Académica da Universidade de Aveiro vai defender a urgência de os políticos inovarem os mecanismos de auscultação. O problema, frisa, é que "as pessoas sentem que não são ouvidas". Pedro Ferreira defende mudanças no sistema político. Por exemplo, é inadmissível que os eleitores não conheçam os deputados do seu círculo eleitoral, considera.
Fonte: Jornal de Notícias - 12 de Maio 2008
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